Celorico de Basto prepara-se para viver um dos momentos mais intensos da peregrinação dos Símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) na arquidiocese de Braga. Trata-se da passagem dos símbolos pela igreja paroquial de São Romão do Corgo, onde se encontra sepultado o Venerável Frei Bernardo da Anunciada (no século, Bernardo de Vasconcelos), patrono da arquidiocese para as JMJ 2023. O momento decorrerá na tarde do próximo domingo, dia 19 de fevereiro, quando os símbolos entrarem no arciprestado de Celorico de Basto, vindos do vizinho arciprestado de Cabeceiras de Basto. A entrega decorrerá nos limites destes arciprestados, nas paróquias de Vila Nune e Canedo de Basto, pelas 16h00, seguindo para a igreja de São Romão do Corgo para um forte momento de oração com toda a comunidade arquidiocesana, a partir das 16h30. Neste momento de oração arquidiocesano, para além da entrada solene dos símbolos na igreja e da oração de Vésperas, haverá um momento de oração feito de poemas compostos pelo Venerável Frei Bernardo que nos darão a conhecer um pouco desta figura ímpar de Celorico de Basto, bem como nos colocarão em comunhão com ele, pedido a sua intercessão em favor dos jovens de Braga e das JMJ.
O dia seguinte será de peregrinação. Por decisão do Comité Organizador Arciprestal (COA) Celorico de Basto, os símbolos passarão por todas as igrejas paroquiais de forma a não deixar excluída qualquer comunidade de Celorico, bem como junto das capelas dos lugares periféricos do arciprestado: Pereira, em S. Clemente de Basto, em plena serra de Fafe, de onde era natural o Patriarca de Lisboa António Ribeiro; Lourido, em Arnoia, nas margens do Tâmega, na confluência desta arquidiocese com as dioceses irmãs do Porto e de Vila Real; e São Pedro, em Agilde, na passagem da paisagem marcadamente rural de Celorico de Basto para a industrial de Felgueiras. As instituições sociais também não ficam esquecidas, uma vez que os símbolos também as visitarão, ao longo do dia 20 e 21. A segunda-feira de Carnaval será ainda marcada pela visita dos símbolos à Câmara Municipal de Celorico de Basto, pelas 15h15, seguindo-se uma caminhada pela avenida principal de Celorico que passará pelos Bombeiros Voluntários Celoricenses até ao Infantário da Santa Casa da Misericórdia de São Bento de Arnoia. O dia terminará na igreja de Arnoia, com terço às 20h30 e Missa e Vigília de oração às 21h00.
No dia de Carnaval, da parte da manhã, a peregrinação continuará a percorrer os ambientes celoricenses, terminando na Capela de Nossa Senhora do Viso onde, desde o início da tarde, os símbolos estarão expostos para veneração dos fiéis. A peregrinação dos símbolos das JMJ terminarão com a celebração da Eucaristia, às 15h00, e a entrega dos mesmos ao COA de Fafe que continuará a peregrinação dos símbolos pela arquidiocese.
Numa nota enviada à nossa redação, o COA Celorico de Basto espera “que esta peregrinação dos símbolos das JMJ seja um momento intenso de preparação para as JMJ, não só divulgando a participação entre os jovens de Celorico, mas, e sobretudo, para criar uma dinâmica de acolhimento e hospitalidade dos jovens que virão nosso encontro. De referir que este COA fez uma grande aposta na hospitalidade e no acolhimento dos jovens que nos visitarão nos dias das Jornadas nas Dioceses, ao propor-se acolher até 1500 jovens das mais diversas nacionalidades. Para o efeito, no dia 24 de março, será assinado o protocolo de colaboração entre o Arciprestado de Celorico de Basto e a Câmara Municipal de Celorico de Basto que estabelecerá as linhas de colaboração para este acolhimento entre estas instituições”.
Os símbolos da JMJ
A Jornada Mundial da Juventude conta com dois símbolos que a acompanham e representam: a Cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani. Nos meses que antecedem cada JMJ, os símbolos partem em peregrinação para serem anunciadores do Evangelho e acompanharem os jovens, de forma especial, nas realidades em que vivem.
A receção e o acolhimento dos símbolos têm dado muitos frutos um pouco por todo o mundo. Em África, estes dois símbolos instaram os jovens a converterem-se numa geração não-violenta, encabeçaram várias marchas pela paz e foram tocados por milhares, que os saudaram também com os trajes típicos dos seus países. Ajudaram ainda a levar reconciliação onde havia tensão, como em Timor-Leste.
A Cruz peregrina
Com 3,8 metros de altura, a Cruz peregrina, construída a propósito do Ano Santo, em 1983, foi confiada por João Paulo II aos jovens no Domingo de Ramos do ano seguinte, para que fosse levada por todo o mundo. Desde aí, a Cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a levou aos cinco continentes e a quase 90 países. Tem sido encarada como um verdadeiro sinal de fé.
Foi transportada a pé, de barco e até por meios pouco comuns como trenós, gruas ou tratores. Passou pela selva, visitou igrejas, centros de detenção juvenis, prisões, escolas, universidades, hospitais, monumentos e centros comerciais. No percurso enfrentou muitos obstáculos: desde greves aéreas a dificuldades de transporte, como a impossibilidade de viajar por não caber em nenhum dos aviões disponíveis.
Tem-se afirmado como um sinal de esperança em locais particularmente sensíveis. Em 1985, esteve em Praga, na atual República Checa, na altura em que a Europa estava dividida pela cortina de ferro, e foi aí sinal de comunhão com o Papa. Pouco depois do 11 de setembro de 2001, viajou até ao Ground Zero, em Nova Iorque, onde ocorreram os ataques terroristas que vitimaram quase 3000 pessoas. Passou também pelo Ruanda, em 2006, depois de o país ter sido assolado pela guerra civil.
O ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani
Desde 2003 que a cruz peregrina conta com a companhia do ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços. Este ícone foi introduzido ainda pelo Papa João Paulo II como símbolo da presença de Maria junto dos jovens. Com 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura, o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani está associado a uma das mais populares devoções marianas em Itália. É antiga a tradição de o levar em procissão pelas ruas de Roma, para afastar perigos e desgraças ou pôr fim a pestes. O ícone original encontra-se na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e é visitado pelo Papa Francisco que ali reza e deixa um ramo de flores, antes e depois de cada viagem apostólica.
Fonte: Jornada Mundial da Juventude