O Trilho Nossa Senhora do Vau, com 4.5 quilómetros, foi inaugurado a 8 de agosto, numa cerimónia que decorreu em plena margem do rio, junto à “praia Aurora”, e que contou com a presença do executivo municipal, do Presidente da CCDR-N, António Cunha, do Vice-presidente da APA, Pimenta Machado, e do Secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa.
“Completámos mais uma parte importante da intervenção iniciada em 2017 destinada a reabilitar as margens do rio Tâmega. Os trilhos são hoje a parte mais visível dessa intervenção; são já mais um “ex-líbris” da nossa cidade, muito procurados por quem nos visita e por quem cá vive”, começou por referir o presidente da Câmara Municipal de Amarante, José Luís Gaspar.
Lembrando que “devolver o rio à cidade” foi um dos principais compromissos a que se propôs, o autarca confessou “uma enorme e gratificante sensação de dever cumprido”, ao ver este projeto concluído. “Voltar a cidade para o rio foi um desígnio que assumi, uma luta que decidi travar e um desafio que os amarantinos aceitaram e para o qual, hoje, todos olhamos com orgulho”.
José Luís Gaspar lembrou ainda a forte ligação emocional dos amarantinos ao rio, onde “gerações dos nossos” aprenderam a nadar. “Estamos perante uma obra pronta, mas para sempre inacabada – e esta é a beleza das coisas naturais. Muito para além da nossa existência, cada árvore e cada um destes trilhos cá ficarão a cumprir o seu destino, que uns tantos homens, um dia, definiram que seria de grande importância”.
O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Pimenta Machado, apontado por José Luís Gaspar como “o padrinho deste projeto”, aproveitou a cerimónia para elogiar a ligação entre o rio e cidade que “agora está muito melhor” e lançou o desafio de se criar uma zona de lazer balnear.
O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), António Cunha, sublinhou todo o trabalho de requalificação do património e de regeneração urbana feitos de modo “integrado, simbiótico e interessante”, frisando que “há dez anos, Amarante não era assim. E, de facto, isto é bom para os amarantinos, num espaço que é para todos. Amarante é um exemplo muito interessante, um exemplo que merece ser olhado pela boa utilização de fundos europeus. Dá gosto vir a Amarante e ver aquilo que aqui que aconteceu, fazendo jus à força da Ponte de São Gonçalo, apresentando-se como uma cidade histórica, mas que faz uma forte ligação entre o passado e o futuro”.
O Secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa enalteceu e felicitou o executivo municipal “pela capacidade que tem tido em valorizar o património natural de Amarante. Além do património edificado e artístico, este património que agora se oferece é uma grande mais-valia para a população”.
Esta intervenção, com um custo de 1,1 milhões de euros foi cofinanciada pelo programa POSEUR, e integrou o projeto global “Intervenções estruturais de desobstrução, reabilitação fluvial e contenção de cheias, em zonas de inundações frequentes e danos elevados em Amarante”.
Ao longo das margens do rio e percurso do Trilho destacam-se 6500 árvores e arbustos nativos plantados.