De 25 a 29 de novembro, Celorico de Basto promoveu a IX Semana de Prevenção e Combate à Violência Doméstica, uma semana intensa de sensibilização junto de vários públicos, com o objetivo de despertar para uma realidade ainda muito presente na comunidade.
Durante este ano e até ao mês corrente já morreram 18 vítimas de violência doméstica, 15 mulheres e três homens. “A sensibilização é também a marca da evolução das sociedades. Este crime público, que afeta muitas famílias, é transversal à classe social, cultura ou género. A sensibilização visa chegar às vítimas, mas também ao agressor, de forma a que ambos percebam a realidade em que vivem e sejam capazes de pedir ajuda. A prevenção de comportamentos abusivos é o objetivo”, disse Maria José Marinho, vereadora da Ação Social do Município de Celorico de Basto.
Esta semana de sensibilização procurou incidir nas características e impactos da violência doméstica, com exemplos concretos, juntos dos diferentes públicos, com o intuito de despertar para esta realidade. “É essencial que a comunidade compreenda esta problemática. Sensibilizamos os nossos jovens para este flagelo, assim como damos especial enfoque aos nossos idosos. Muitos ainda acham que a violência doméstica é algo normal e aceitável, não é, não pode ser e deve ser tratada nas instâncias devidas. Todas as pessoas, sem distinção, têm direito a uma vida digna, num seio familiar seguro onde existe respeito mútuo”, disse Helena Carvalho, do Gabinete Girassol do Município de Celorico de Basto.
Helena Carvalho explica que se colocaram em cima da mesa “mitos, estigmas e preconceitos, e acima de tudo reforçamos que o Gabinete Girassol existe e tem uma missão concreta: apoiar as pessoas a sair dessa situação de violência. Colocar as pessoas a pensar, a refletir e a questionar a própria vida é também a missão desta campanha”.
Esta IX Semana da Prevenção e Combate à Violência Doméstica promoveu “conversas sobre relações” junto dos alunos do 9.º ano do Agrupamento de Escolas, numa abordagem clara à violência no namoro. Junto dos mais pequenos, foi apresentado o teatro “Terra da Igualdade”, onde foram abordados estigmas e preconceitos ligados à cor de pele, género e outros. Com os idosos, refletiu-se sobre diferentes formas de violência na pessoa idosa, “a violência física, moral, económica, sexual, psicológica e emocional”.