No âmbito do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que se celebra anualmente a 3 de dezembro, Celorico de Basto promoveu conversas para a inclusão e integração. A iniciativa, que contou com uma plateia atenta e participativa, procurou abordar várias temáticas e experiências daqueles que lidam diretamente com a deficiência congénita ou adquirida.
Com o objetivo de criar uma sociedade mais inclusiva e empática, o evento «pretendeu ser um momento de reflexão sobre o caminho que ainda precisamos de percorrer, lembrando que, como nos diz o lema “Nada sobre nós, sem nós”, só construiremos uma sociedade mais justa quando todos forem parte ativa desse processo», afirmou Maria José Marinho, vereadora com o pelouro da Ação Social do Município de Celorico de Basto.
Num mundo onde “todos somos anormais”, como assegura o ativista Rui Machado, «a sociedade deve ser capaz de olhar para o “outro” com respeito e dignidade, independentemente das suas fragilidades. E olhar o outro com empatia ainda é um desafio que a todos compete moldar», realçou Helena Martinho, conselheira municipal para a Igualdade do Município de Celorico de Basto.
A conselheira considera que “a essência da discussão neste dia é a importância de uma abordagem colaborativa e inclusiva que promova a participação ativa de todas as pessoas, independentemente das suas diferenças ou limitações”.
A ação contou com um painel moderado pelo diretor da USF Bástulos, Ernesto Martins, composto pela pedopsiquiatra da Unidade Local de Saúde do Alto Ave, Filipa Moreira, que abordou a importância do diagnóstico precoce de deficiências em crianças, e consequente encaminhamento para as terapias adequadas.
Também estiveram presentes a coordenadora da Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva do Agrupamento de Escolas, Ana Costa, que refletiu sobre as estratégias de ensino inclusivas nas escolas públicas, e duas mães, Isabel Oliveira e Ana Violeta, que acrescentaram a este painel a importância da família, do amor, da interligação entre família, saúde, escola e outras entidades no acompanhamento dos seus filhos.
A iniciativa contou ainda com a intervenção da diretora do Núcleo de Intervenção Social do Centro Distrital da Segurança Social de Braga, Fátima Miguel, que informou os presentes das medidas de apoio à deficiência, como as ajudas técnicas, os benefícios e características do Cuidador Informal, a Pensão Social para a Inclusão e muito mais.
Natália Alves, chefe da Unidade de Saúde do Município, apresentou os serviços de que o Município dispõe para integração e inclusão das pessoas com deficiência, nomeadamente o Balcão da Inclusão, sito na entrada principal da Câmara Municipal, e o lançamento da criação de um Fórum Municipal para a Deficiência, “um fórum que pretende uma partilha de conhecimentos e experiências, com o objetivo concreto de melhorar efetivamente a vida das pessoas com deficiência”.
Ressalva Maria José Marinho que ainda há muito a fazer no que respeita à inclusão e integração, “a participação de todos é essencial para a construção de políticas públicas mais inclusivas, que promovam a cidadania plena e a autonomia das pessoas com deficiência, seja ela física ou mental”. A autarca acrescenta que “este encontro procura eliminar barreiras, criar oportunidades e valorizar as diferenças que enriquecem a nossa sociedade”.
