Homenagem a Camões encheu Centro Cultural de Celorico de Basto

Homenagem a Camões enche Centro Cultural de Celorico de Basto

Foi numa cerimónia comemorativa que o Município de Celorico de Basto celebrou os 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões. A cerimónia decorreu na passada sexta-feira, dia 29 de novembro, no Centro Cultural Marcelo Rebelo de Sousa, e contou com a presença dos escritores Isabel Rio Novo e o Carlos Maria Bobone, autores de biografias do poeta, que destacaram a sua importância na cultura lusitana.

Pedro Lamares foi o ator convidado para a declamar poesia, um momento que deixou a plateia rendida, à semelhança das interpretações do coro da Academia de Música de Basto, que se inspirou na poesia de Camões para criar músicas originais.

Homenagem a Camões enche Centro Cultural de Celorico de Basto

Toda a cerimónia foi idealizada pelo patrono da Cultura do Município de Celorico de Basto, Afonso Valente Batista, a quem o presidente da Câmara Municipal, José Peixoto Lima, tece os mais rasgados elogios pela forma como vive a cultura e a transmite. “Estou muito orgulhoso do trabalho que o Afonso tem vindo a desenvolver em prol da cultura local, esta iniciativa é o expoente dessa entrega e dedicação”.

O autarca salienta que “celebrar Camões é enaltecer a nossa língua, a nossa história, a nossa poesia, a nossa cultura. O poeta é uma inspiração, uma referência e cabe a cada um de nós dar continuidade ao Portugal por ele sonhado, e hoje tão bem retratado pelos nossos ilustres convidados”. José Peixoto Lima disse ainda que “hoje ficamos mais ricos pelo conhecimento que nos foi transmitido e orgulhosos das nossas gentes que tão bem cantaram e disseram poesia, um caminho que estamos a trilhar na arte, na cultura, na poesia”.

Durante cerca de duas horas foi apresentada a vida e obra de Camões, algo que Afonso Valente Batista destaca como “inspirador”. «Estou satisfeito com o resultado desta iniciativa, a cultura tem que ser trabalhada sempre, continuamente, para que as gentes ganhem hábitos e se “alimentem” da mesma. Tivemos um painel riquíssimo, com oradores conceituados, com um vasto conhecimento sobre a vida e a obra de Camões. Tivemos ainda Pedro Lamares que nos brindou com poemas ditos de forma cativante. Interpretação também excelente dos alunos do concurso “Leituras no Douro, Tâmega e Sousa” e do ator local que demonstraram a riqueza deste concelho na cultura».

Homenagem a Camões enche Centro Cultural de Celorico de Basto

Foram ainda apresentados trabalhos inspirados no poeta e na sua obra da autoria dos alunos do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto.

Esta foi uma cerimónia que encheu o Centro Cultural e mostrou que a cultura está bem viva em Celorico de Basto. A iniciativa contou ainda com a presença do diretor da Cultura do Norte e vice-presidente da CCDR-N, Jorge Sobrado, que enalteceu o evento e afirmou que a “o centro Cultural está onde nós o quisermos fazer. Celorico hoje, ao fazer este encontro, esta conferência, mudou, de algum modo, uma centralidade habitual da cultura. Temos que desvirtuar que só pode haver qualidade e oferta artística nos grandes centros urbanos. O Município dá passos, sinais de querer aqui um polo cultural, confinando dois mundos que dificilmente costumam resultar, o mundo da erudição, da academia, da ciência, da investigação, com o mundo da aprendizagem e da atividade artística comunitária.

Homenagem a Camões enche Centro Cultural de Celorico de Basto

Jorge Sobrado acrescenta que celebrar Camões é celebrar “o alfabeto das nossas emoções, e encontramos em Camões o nosso contemporâneo, no seu carácter contraditório, paradoxal, humano, demasiado humano, cheio de contradições, de peripécias”.

O diretor da Cultura do Norte acrescentou que “não era possível imaginar Camões sem uma biblioteca. A cultura é transformadora de um território, é um prazer testemunhar esta aposta de Celorico. Na CCDR-N, estamos especialmente atentos e a preparar também instrumentos de apoio àquilo que são equipamentos e serviços culturais de base do território, não apenas para as infraestruturas, equipamentos, digitalização, mas também para aquilo que se chama hoje a mediação cultural dos serviços educativos. Assim, testemunhando este momento, deixo uma palavra de estímulo, e que estamos a acompanhar esta aposta, sabendo que a cultura é o agente mais transformador de um território”.