Milhares de pessoas passaram por Celorico de Basto para “viver” a XXVI Feira de Artesanato, Gastronomia e Mostra de Vinhos. A maior feira da região voltou a atrair visitantes em grande número ao longo de cinco dias de intensa atividade.
O certame contou com a presença do Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, que aproveitou a oportunidade para auscultar os produtores e engarrafadores de vinho verde, preocupados com as tarifas impostas pelos Estados Unidos da América e com a diminuição global do consumo de vinho. O governante garantiu que “ainda não está nada decidido” e sublinhou que, mesmo com tarifas fixadas em 15%, “não assustam os nossos produtores que, contrariamente ao que tem acontecido a nível global, em 2024 viram as exportações a aumentar 4,5% e as importações a diminuir”.
José Manuel Fernandes destacou ainda a importância do Mercosul — bloco económico formado pelo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e outros países associados — considerando-o “muito importante para as exportações do vinho verde e de muitos outros produtos da União Europeia”. O ministro frisou que a qualidade do vinho verde, “com características únicas e de excelência, abre portas e novos mercados, um potencial que exige medidas que criem previsibilidade e estabilidade junto dos produtores, que é isso que eles precisam e que os tornam menos receosos face às possíveis tarifas”.
A feira reuniu 135 stands de artesanato, vinhos e gastronomia, transformando-se num dos maiores eventos culturais da região. Uma ideia reforçada pelo presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, José Peixoto Lima, que afirmou tratar-se do “apogeu de um mês intenso, com milhares de pessoas no território, a desfrutar de férias, da família, das festas e romarias e a viver intensamente esta que é, garantidamente, das atividades culturais mais concorridas no território”.
O autarca sublinhou que todos os dias foram de “casa cheia, com uma multidão a desfrutar da oferta de qualidade que apresentamos, com gastronomia cheia de sabor, vinhos verdes de excelência e artesanato representativo do concelho e de várias regiões do país”. Visivelmente agradado, destacou também a presença do ministro como “um momento importante na valorização do território e do vinho verde, numa reunião de trabalho que permitiu aos profissionais do setor elencar as suas preocupações junto do Sr. Ministro, preocupações legítimas e que exigem uma atuação que os defenda e auxilie face aos desafios da atualidade”.
Peixoto Lima lembrou ainda que o setor vitivinícola “é muito importante para o nosso território e urge uma adaptação às mudanças do mercado, às imposições de outros Estados e às alterações climáticas, que têm vindo a comprometer a qualidade da produção”. Acrescentou que estas reuniões “são um reflexo da proximidade do governo e do interesse pela agricultura, um setor que precisa de uma atenção redobrada por forma a incentivar à produção sempre ao nível da excelência, mantendo a rentabilidade e o consequente crescimento do setor”.
Durante cinco dias, o certame foi também palco de animação cultural, com atuações de grupos locais como Andorinha Astuta, Grupo de Cavaquinhos da EPAESN, Os Filhos da Pauta, Grupo de Cavaquinhos de Arnoia/Ases D’ouro, Amigos das Tainadas, Alma Serrana, À Torneira, o espetáculo “Cantar Celorico”, Rancho Folclórico Cultural e Recreativo de Santa Maria de Canedo, Tamegaitas, Grupo de Concertinas ACR de Ourilhe, Kantobasto, Charanga-Banda For Fun e Tuna de Arnoia.
O presidente da autarquia lembrou ainda que o impacto económico da feira vai muito além do recinto: “é uma forma de mexer com a economia local, com o alojamento e serviços de restauração lotados, de mobilizar a nossa comunidade a participar nas atividades promovidas, de valorizar os nossos produtos endógenos, o nosso território e as nossas gentes”.
A XXVI Feira de Artesanato, Gastronomia e Mostra de Vinhos encerrou com casa cheia, confirmando-se como um dos eventos mais atrativos para expositores e visitantes, e reforçando a sua importância para a identidade e economia local.
