O Partido Socialista de Celorico de Basto criticou a proposta para a criação da Polícia Municipal, aprovada em reunião de câmara no passado dia 14, com os votos a favor do executivo PSD e vereador do CIC. Os vereadores do Partido Socialista votaram contra.
Num comunicado enviado à nossa redação, o Partido Socialista justificou o sentido de voto argumentando que “dos 308 municípios do país apenas 35 (11%) têm polícia municipal. Se grandes municípios do país não têm, justifica-se criar a Polícia Municipal num dos concelhos mais pobres do país?”. Acrescenta que “Celorico tem, segundo dados do INE, um índice de criminalidade baixo. Isto deve-se ao trabalho da nossa GNR e ao caráter da comunidade Celoricenses que é na sua essência nobre e respeitadora”.
Para os Socialistas, “Celorico de Basto é um concelho pobre e endividado, que tem perdido muita população, pelo que não se justifica este aumento considerável da despesa que será inerente à constituição da Polícia Municipal”.
“O executivo justifica-se com a «grave falta de recursos humanos de fiscalização». A solução passará por requalificar profissionais, pois segundo afirmou no passado o Sr. presidente da Câmara, «a Câmara Municipal tem um quadro de pessoal muito grande e envelhecido»“, lê-se.
O Partido Socialista acrescenta que a “criação desta polícia vai fazer com que a GNR transfira cada vez mais competências para ela, o que vai criar a necessidade de aumentar o número de elementos da Polícia Municipal e esvaziamento do corpo da GNR de Celorico de Basto, trazendo consequências imprevisíveis, resultando num aumento constante da despesa corrente do Município que será muito superior ao anunciado”.
O comunicado sublinha ainda que o “custo desta Polícia Municipal não vai ser pequeno, veja-se: 1 funcionário administrativo; 6 funcionários para o corpo da Polícia; Instalações próprias; Equipamento; Armas; Sistema de rede e telecomunicações; Veículos; Equipamento informático; Uniformes. O município vai gastar assim mais de 300 mil euros por ano em despesas correntes que poderiam ser gastos em investimento nas freguesias ou na ajuda à população que atravessa um período muito exigente”.
“A Câmara Municipal deve ouvir os celoricenses e esta tem que ser a sua primeira prioridade. Sabemos que esta medida, infelizmente, está a receber forte contestação da população”, enfatiza o Partido Socialista, acrescentando que diz “um forte não ao esbanjamento de dinheiros públicos” e “não à criação de uma Polícia «Política» Municipal”, acusando o executivo social democrata de manter-se “à deriva” e de continuar a levar o concelho “no sentido oposto ao que os celoricenses exigem e necessitam”.
Por fim, o comunicado lembra que “o PSD detém a maioria, mas o Partido Socialista estará atento e caso se verificar que esta Polícia Municipal está a ser criada para incorporar quem exerce funções políticas, retiraremos daí as devidas ilações e é importante que quem votou favoravelmente tenha noção da responsabilidade futura, pois agiremos em conformidade perante as entidades competentes”.
