Ponte de Arame volta a unir Celorico de Basto e Amarante

Ponte de Arame volta a unir Celorico de Basto e Amarante

A um ano de completar 100 anos, a Ponte de Arame volta a ser passagem. Em 2026 a ponte completa 100 anos de uma existência marcante, que perdeu fulgor e entrou em declínio após o anúncio da construção da barragem de Fridão, que não veio a concretizar-se.

Inaugurada no passado sábado, dia 1 de março, com uma nova missão, mais simbólica e lúdica, desperta os antigos para as memórias vividas e promete experiências extraordinárias, com a paisagem e a sua localização estratégica a transformar um local quase esquecido num ícone turístico de visita obrigatória.

Os envolvidos na missão de reabilitar esta ponte centenária mostraram-se privilegiados por terem a honra de voltar a reerguer este marco histórico e de património, que vai permitir a mobilidade e intercâmbio entre as comunidades de Lourido e Rebordelo. 

Reerguer esta ponte é enaltecer uma história que teimava em querer perder-se no tempo. José Peixoto Lima, presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, assegura que “era preciso reavivar a memória e restabelecer uma história contada com saudade e que ajudou a construir este território e a fomentar a sua coesão. Foi por isso que avançamos para a reabilitação deste ícone patrimonial. Hoje, queremos que se transforme num ícone turístico, numa referência nacional, pela beleza das paisagens, pelas suas características únicas, pela ruralidade que a cerca”, referiu durante a sua intervenção na inauguração da Ponte de Arame.

Ponte de Arame volta a unir Celorico de Basto e Amarante

Com uma posição privilegiada, Celorico de Basto olha para esta reabilitação com especial atenção, sem descurar qualquer pormenor: “Não descuramos os pormenores que transformam o cenário, já de si distinto, em algo absolutamente idílico, com miradouros e outros pontos para observar a ponte e a paisagem envolvente”. Dar vida a esta ponte é, para o autarca, “restabelecer os laços que unem estes dois territórios, aproximar a vivência quotidiana, num fortalecer da coesão e de acrescento de valor contínuo a esta região tão distinta e única”.

A reabilitação e reforço da Ponte de Arame envolveu um investimento superior a 324 mil euros, acrescidos do investimento efetuado na beneficiação dos acessos, com a segurança e limpeza do espaço e criação de áreas de privilegiadas para contemplar a paisagem.

Ricardo Jorge, presidente da Câmara Municipal de Amarante, considera que “a Ponte de Arame sempre foi mais que um ponto de ligação entre Lourido e Rebordelo. Durante quase um século esta ponte serviu como elo vital para as populações locais, permitindo o acesso ao trabalho, ao comércio e à partilha entre as duas margens do Tâmega. A sua existência está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento económico e social da região”.

Ponte de Arame volta a unir Celorico de Basto e Amarante

O autarca afirma que “com o passar dos anos a estrutura original foi perdendo funcionalidade e, em determinado momento, o sonho de a recuperar parecia distante. Com o projeto, promovido pela Associação de Municípios do Douro e Tâmega (AMDT) em parceria com as Câmaras Municipais e pelo financiamento originado do Norte 2020, conseguimos devolver a ponte às pessoas, respeitando a sua história, a sua identidade e a valorização do nosso território. A nova Ponte de Arame é uma obra exemplar, que alia a modernidade e a segurança, sem apagar as memórias que a tornaram, ao longo dos anos, tão especial”. 

Esta obra é um dos símbolos de ligação existente entre estes dois concelhos, “uma referência para o turismo do Tâmega e Sousa e uma oportunidade para o desenvolvimento das comunidades de Lourido e Rebordelo”, acrescenta José Peixoto Lima.

A inauguração deste marco patrimonial e turístico contou com a presença de várias individualidades, entre as quais o vogal executivo do programa Norte 2020, Humberto Cerqueira, que reiterou a importância da reabilitação deste marco patrimonial, “um projeto que pretende criar um ponto de interesse turístico, sobretudo ligado ao turismo de natureza e potenciar a ligação entre a Ecopista do Tâmega, obra também financiada por fundos comunitários e a freguesia de Rebordelo. Esta obra mostra-se como um excelente exemplo da aplicação dos fundos comunitários”, afirmou.

Veja abaixo a reportagem do Primeiro Minuto aquando da inauguração: