O Primeiro Minuto visitou a Quinta de Santa Cristina, que existe desde 1733 e pertence à família dos atuais proprietários há várias gerações. Os seus vinhos são famosos e as suas vinhas estendem-se ao longo de 60 hectares.
Conversámos com Sofia Pinto, responsável de enoturismo da Quinta de Santa Cristina, que afirmou que o negócio da adega da quinta teve início já em 2004. Acrescentou que “a primeira adega estava situada em Cabeceiras de Basto. Só que decidimos construir esta em 2012, uma vez que a que tínhamos estava a tornar-se demasiado pequena para a produção”.
A Quinta de Santa Cristina conta com castas de 14 variedades distintas, aliás, Sofia Pinto referiu que “temos várias castas autóctones daqui da região, o Azal, o Vinhão, o Padeiro de Basto, mas também agora contamos com novas castas como o Sauvignon e o Alvarinho”. Também se encontram atentos às novas tendências e à evolução do vinho verde: “os tempos têm mudado, os vinhos verdes têm evoluído. Portanto, nós também fazemos um pouco de experiências”. Adianta ainda que “a adega foi construída para ter uma capacidade de 1 milhão de litros. Para já, só estamos a produzir cerca de 500 mil litros de vinho”.
Em relação à variedade de vinhos da quinta, mencionou desde monocastas a blends, sendo o seu best seller o Grande Escolha, “um blend de quatro castas: Arinto, Azal, Loureiro e Trajadura”. Divulgou ainda a nova gama Quinta, cujos rótulos “são baseados em fotografias que tiramos na quinta, como a árvore de camélias que nós temos ali à beira da propriedade da casa que tem cerca de 200 anos”. Falou também acerca da “gama superior que contém o Batoca, que nós somos atualmente o único produtor deste vinho monocasta”. Ainda no âmbito das gamas mais distintas, “temos estado a apostar em gamas mais superiores, como, por exemplo, a gama Reserva, que tem vindo a ter um crescimento enorme”. Inclusivamente, estes vinhos “têm características ideais para envelhecer, desde o álcool à sua acidez. Nós aqui na Quinta Santa Cristina, a nível de reserva, temos branco e tinto”. Concluiu com ênfase no recente “prémio num dos maiores concursos de espumantes e champanhes do mundo, em Londres, com o nosso espumante Reserva Branco”.
Na área das vendas, o Canal Horeca é o principal destino dos vinhos da Quinta de Santa Cristina. Sofia Pinto afirmou que “o nosso público-alvo é mais restauração, hotelaria e garrafeiras. O nosso target não é de todo para já supermercados ou retalhistas. Nós queremos focar-nos no público que gosta e é apreciador de vinhos”. No mercado internacional, “exportamos cerca de 40%. Vendemos para a União Europeia, também Estados Unidos e Brasil”.
Para além da produção de vinhos, a Quinta de Santa Cristina dispõe de programas enoturísticos, que surgiram em 2015. A aposta “tem vindo a correr muito bem” e os clientes vêm de todos os cantos do mundo, “desde os Estados Unidos, Canadá, Japão, e europeus, mais dos países nórdicos. Eles gostam muito de Portugal. Temos wine lovers e wine experts, conhecem os vinhos, querem só provar e outros são interessados”. O turismo local é alicerce às vendas: “às vezes estão aqui em alojamentos locais e querem descobrir coisas para fazerem. Então visitam-nos e são muito abertos a experimentar. Os estrangeiros ficam fascinados com a qualidade dos nossos vinhos e serviços”. A quinta organiza “provas de vinhos, provas de espumante, barricas, também fazemos atividades de grupo feitas à medida, atividades radicais”. E, para os turistas na época das vindimas, é possível vindimar e fazer a pisa de uvas, cujo programa “tem sempre bastante adesão, tanto de grupos como de famílias que têm a tradição”.
O enoturismo é uma aposta crescente na Quinta de Santa Cristina, que em breve irá contar “um salão de provas que tem capacidade para cerca de 150 pessoas. Portanto, temos vindo a promover bastante, seja para podermos alugar para casamentos, eventos, contém cozinha industrial e bar e também tem acesso ao terraço”.
A Quinta de Santa Cristina é uma empresa de excelência em Celorico de Basto. É um exemplo do que de melhor as empresas portuguesas do sector vitivinícola fazem em Portugal.
