Há mês a mais para rendimentos a menos. Este é o mantra que muitas famílias portuguesas repetem até à exaustão num país onde a inflação generalizada acaba por “comer” todos os aumentos salariais que possam surgir no horizonte.
Com tantas despesas em mãos, é natural que, com o tempo, as dívidas se acumulem, colocando uma pressão insustentável a longo prazo sobre as finanças familiares.
Contudo, apesar deste ecossistema financeiro não privilegiar a poupança, continuam a existir formas de as famílias resolverem alguns destes problemas e esticarem o seu orçamento mensal.
Quais? A resposta segue já de seguida sob a forma de 5 conselhos para as famílias com dívidas acumuladas.
Organize as finanças e liste as dívidas
O primeiro passo para melhorar a gestão das finanças familiares passa, sem dúvida, pela organização e listagem das dívidas.
- Utilize uma das muitas apps de gestão financeira doméstica disponíveis online ou, de forma mais tradicional, recorra a um caderno.
- Liste todas as despesas fixas (gás, eletricidade, telecomunicações, alimentação, etc.) e variáveis do seu agregado familiar.
- Categorize essas despesas e identifique quais correspondem a produtos ou serviços supérfluos para os eliminar.
- No campo dos rendimentos, pondere aumentá-los com um part-time ou vendendo algo de que já não necessita.
Estabeleça prioridades e negocie prazos
A organização das finanças familiares deve incluir a definição de prioridades de consumo e, sempre que possível, a renegociação dos prazos de pagamento.
- Evite compras impulsivas e concentre-se no essencial.
- Tente ajustar os prazos de pagamento ao dia em que recebe o salário, garantindo um melhor controlo financeiro.
- Contacte credores para renegociar prazos e condições, sempre que necessário.
Considere consolidar créditos para reduzir encargos
Se a sua família tem dois ou mais créditos ao consumo, pode ponderar juntá-los todos em apenas um com a solução de crédito consolidado, para reduzir a taxa de esforço e aumentar o dinheiro disponível ao longo do mês.
- O crédito consolidado permite unir vários créditos num só, alargando o prazo de reembolso.
- Pode obter financiamento extra para cobrir despesas urgentes, como contas de energia ou propinas escolares.
- A instituição financeira líquida os créditos antigos e passa a ser a única credora.
Exemplo:
- Rendimento mensal: 2.000€
- Pagamento atual de prestações: 850€ (42,5% de taxa de esforço)
- Montante em Dívida: 25.000,00€
- Prazo de Reembolso: 84 meses
Após consolidação de crédito: 471,93€* de prestação mensal (23,5% de taxa de esforço), conseguindo uma poupança mensal de aprox. 400€.
Crie um orçamento familiar realista
Para controlar as finanças, é essencial ter um orçamento que reflita a realidade financeira da família.
- Defina um orçamento detalhado, separando despesas essenciais e supérfluas.
- Estabeleça objetivos de poupança e procure formas de reduzir custos.
- Renegocie contratos de telecomunicações e troque de fornecedor de energia, se necessário. Utilize os simuladores da ANACOM (telecomunicações) e da ERSE (energia) para encontrar as melhores opções.
Procure ajuda financeira se necessário
Reconhecer um problema financeiro e agir rapidamente é essencial para encontrar soluções antes que a situação se agrave.
- Se precisar de ajuda para pagar uma fatura urgente, considere recorrer a amigos ou familiares.
- Informe-se sobre apoios sociais e programas de reestruturação de dívidas disponíveis.
Seguir estes conselhos pode ajudar a aliviar a pressão financeira e recuperar o equilíbrio económico, permitindo que a sua família encare o futuro com mais segurança e tranquilidade.
* A simulação apresentada diz respeito a um financiamento de €25.000 a pagar em 84 mensalidades de €471,93. TAN 13,700% e TAEG 15,9%. MTIC €40.082,43.