A melhor parte do caminho é a caminhada!!!

A-melhor-parte-do-caminho-e-a-caminhada
«Ninguém ama aquilo que não conhece» eis uma afirmação que nos questiona nestes tempos de hoje impregnados de tantas propostas, mas vidrado de tantas incertezas.

No dia 20 de outubro de 2023, o Arciprestado de Celorico de Basto deu, em companhia com o Seminário Conciliar de Braga, partida para uma caminhada conjunta com enfoque na Semana dos Seminários, com um painel vocacional subordinado ao tema: «Não tenhais medo».

Assim, iniciou-se esta caminhada com um painel vocacional de três oradores, entre eles estava: um seminarista, Simão Malheiro; um Padre ordenado em julho de 2023, Padre Tiago Costa; e um jovem casado que percorreu os caminhos do pré-seminário, Fábio Pereira. O painel vocacional foi moderado pelo Cónego Vítor Novais, reitor do Seminário Conciliar de Braga.

Fábio Pereira, que trazia uma perspetiva única como alguém que trilhou o caminho do pré-seminário e depois optou pela vocação do matrimonio, enfatizou a necessidade de uma abordagem mais ativa por parte dos agentes pastorais, «é importante o seminário dar o primeiro passo e vir até às paróquias. Mas agora, é necessário nós, agentes da pastoral, darmos o passo de nos aproximarmos do seminário.» E inquietou o auditório com a questão: «A proposta não chega aos jovens? Não. Porque?» Mas logo explana que muitas vezes os agentes pastorais afirmam que não têm autoridade de apresentar tal proposta, tão significativa, ou «os agentes pastorais não sentem o amor real em Jesus, tanto que, muitas vezes nos concentramos em eventos (festas e feirinhas) e esquecemos a interioridade de onde surge o convite.»

caminhada conjunta com enfoque na Semana dos Seminários

O Padre Tiago Costa compartilhou as suas experiências como sacerdote recém-ordenado e destacou a importância do convite e do acompanhamento. Ele afirmou que «é uma experiência exigente, mas muito bela.» É preciso um convite! Mas para que esse convite surja é necessária a «delicadeza e sensibilidade que o Agente pastoral deve ter para dar a conhecer as diferentes vocações e, a partir daí, nasça o convite do: se quiseres», para que o convite seja de total liberdade. Esta liberdade que comporta o desafio para o agente pastoral de não deixar «o jovem caminhar sozinho porque isso é desolador. Como agente pastoral é importante marcar presença, sem estar focado na meta (ordenação), mas alegrar-se nas etapas que se vão construindo durante o caminhar.»

Simão Malheiro, seminarista, trouxe uma perspetiva fresca sobre a vocação e a juventude. Ele falou sobre a importância do testemunho vivo e do papel crucial dos mediadores. «O catequista deve ser um testemunho vivo e ensinar aquilo que vive.» O tempo da juventude é um tempo atribulado impregnado de incertezas e quase obrigatório de respostas, por isso, «a juventude é a etapa dos grandes sonhos e das grandes decisões. Os mediadores têm que ter a paciência de estar junto e guiar, mas mais do que isso, têm que ter a ousadia de propor. Propor com liberdade e com responsabilidade num tempo que é o agora.» Desafiado a descrever o Seminário, afirmou que «o seminário é uma casa, é uma instituição, é uma comunidade e é um tempo onde os jovens podem explorar, questionar e crescer.»

O painel vocacional lançou nos participantes, o desafio de discernir a vocação e de orientar os jovens nos seus caminhos de juventude. O desejo que foi promovido, foi de que as sementes de esperança e inspiração, mostrem que, com amor, orientação e apoio, os jovens possam seguir os seus sonhos e responder ao chamamento com coragem e confiança. Não com a questão: o que eu quero que Deus quer para a minha vida. Mas com a real questão: o que Deus quer para a minha vida?

Diácono Sérgio Araújo