Celorico de Basto celebrou a liberdade ao som das “Músicas da Revolução”

Celorico de Basto celebrou a liberdade ao som das Músicas da Revolução

Na noite de 24 de abril, o Centro Cultural de Fermil foi palco das “Músicas da Revolução”, iniciativa que o Município de Celorico de Basto promoveu com o objetivo de enfatizar a Revolução dos Cravos de 1974. Os grupos locais interpretaram algumas das muitas músicas de intervenção que também fizeram a revolução.

A ação arrancou com um minuto de silêncio, um gesto de respeito pela morte do Santo Padre, o Papa Francisco, a pedido do presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, José Peixoto Lima, que aproveitou a oportunidade para lembrar o homem, a obra, o caminho trilhado pela paz, pela comunhão entre os povos.

Celorico de Basto celebrou a liberdade ao som das Músicas da Revolução

Disse o autarca que “o Papa Francisco foi um exemplo de simplicidade e de amor ao próximo, um legado que o definirá para sempre. Um homem inspirador, de causas, de proximidade. Um ser humano excecional na forma como se colocava no lugar do outro”. 

Foi assim que um aplauso ao Santo Padre deu início às celebrações de Abril. “Lembrar a história é crucial para o progresso de qualquer comunidade. O 25 de Abril de 1974 marcou o fim de quase meio século de ditadura, de retrocesso civilizacional e abriu portas à democracia, à liberdade, à igualdade, ao progresso. Um movimento político e social absolutamente ímpar, que derrubou muros e ergue pontes continuamente”, continuou José Peixoto Lima.

Celorico de Basto celebrou a liberdade ao som das Músicas da Revolução

As músicas de intervenção foram primordiais em todo o processo de revolução. Foi com a música “E Depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, transmitida pelos Emissores Associados de Lisboa, que a porta da liberdade começou a abrir-se.

Em Celorico de Basto, as músicas da revolução ouviram-se como forma de lembrar este marco da história de Portugal. Pelo palco do Centro Cultural de Fermil passaram os Basfado, que interpretaram “Mãe Negra”, de Paulo de Carvalho e a “Canção de Embalar”, de Zeca Afonso; os Ritmia, com as canções “Trova do Vento que Passa”, de Manuel Alegre e António Portugal e “Desfolhada”, de Simone de Oliveira; a Andorinha Astuta, com as músicas “Mulher da Erva”, de Zeca Afonso e “Obrigado Soldadinho”, de Tonicha.

A Universidade Sénior interpretou “Não há machado que corte”, de Manuel Freire e “O que faz falta”, de Zeca Afonso; o Grupo de Cavaquinhos da EPAESN com as músicas “Canção de Embalar”, de Zeca Afonso, “As sete mulheres do Minho”, também de Zeca Afonso e “Somos Livres”, de Ermelinda Duarte; o grupo Favas Cantadas trouxe as “Cantigas do maio” e “Os Bravos”, de Zeca Afonso; Zé Faria interpretou “Que força é essa”, de Sérgio Godinho e dois temas originais: “Qualquer hoje” e “O desespero não é uma forma de esperança”.

Quase a chegar ao final houve ainda tempo para ouvir a Tuna de Arnoia, que interpretou as músicas “Vou levar-te comigo”, do Duo Ouro Negro e “Portugal, o teu povo geme”, de Seringador. Ainda Joana Cerqueira subiu ao palco com “A madrugada que eu esperava”, de Bárbara Tinoco e “Dois dedos de testa”, de Carolina Deslandes.

Como habitualmente, as “Músicas da Revolução” terminaram com “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso, pelas vozes emocionadas de toda a comunidade presente.