Portugal, como muitos outros países, enfrenta desafios significativos relacionados aos acidentes de viação. Essa problemática afeta não apenas a segurança dos cidadãos, mas também provoca impactos econômicos e sociais consideráveis. Os acidentes rodoviários são uma das principais causas de morte e lesões graves no país, sendo fundamental abordá-los com seriedade e implementar medidas eficazes para reduzir sua incidência.
Principais Causas
Vários fatores contribuem para os acidentes de viação em Portugal.
Destacam-se:
- Comportamento do Condutor: a condução imprudente, o excesso de velocidade, uso de dispositivos eletrônicos ao volante, condução sob o efeito do álcool e outras substâncias, e negligência ao respeitar as regras de trânsito são algumas das principais causas de acidentes.
- Infraestrutura Deficiente: estradas mal projetadas, falta de manutenção adequada, ausência de sinalização eficiente e iluminação inadequada podem contribuir para acidentes.
- Estado do Automóvel: a falta de manutenção dos veículos ou a circulação de automóveis mais antigos, sem sistemas de segurança modernos, podem ser determinantes em acidentes mais graves.
- Condições Climáticas e Visibilidade: o clima pode ser um fator desafiador nas estradas, especialmente em períodos de chuva, nevoeiro ou gelo, reduzindo a visibilidade e aumentando o risco de acidentes.
- Cultura e Educação Rodoviária: a falta de conscientização sobre a importância do cumprimento das regras de trânsito e a falta de formação adequada dos condutores também desempenham um papel significativo nos acidentes de viação.
Indemnização
A sinistralidade rodoviária tem um efeito devastador na sociedade portuguesa. A dor emocional de uma família que perde um ente querido é enorme. Além disso, os feridos frequentemente enfrentam longos processos de reabilitação, afetando a qualidade de vida dos afetados e de suas famílias. Do ponto de vista econômico, os acidentes podem causar enormes prejuízos ao país. Gastos com saúde, perda de produtividade no trabalho e custos de sinistros sobrecarregam o sistema de saúde e a economia em geral.
Portugal continua a ter uma das taxas de acidentes rodoviários mais elevadas da UE. Todos os anos, cerca de 570 pessoas morrem em acidentes de trânsito, mais de 2.000 ficam gravemente feridas e cerca de 3.600 ficam levemente feridas. Apesar das inúmeras campanhas de sensibilização rodoviária e da implementação de leis mais rigorosas com sanções mais duras para as infrações às normas rodoviárias, os acidentes nas estradas portuguesas continuam a ser uma das principais causas de morte e morbilidade no nosso país.
Se se envolveu num acidente de trânsito, a primeira coisa a fazer é pedir informações a um profissional especializado no assunto, que poderá aconselhá-lo e indicar o caminho certo.
Com a lei n.º 54/2013 pode-se recorrer ao Tribunal de Paz ou Tribunal Arbitral. Estas entidades são tribunais extrajudiciais cujo objetivo é chegar a um acordo entre as partes sem recorrer a meios judiciais. Se a indemnização for superior a 15.000€, terá de ir a tribunal.
Muitas vítimas optam por não ir ao tribunal porque não podem pagar os honorários e os custaos judiciais. No entanto, se estiver com dificuldades financeiras, poderá solicitar assistência jurídica. Por outro lado, é sempre aconselhável prosseguir com a sua reclamação junto de um advogado competente na matéria, pois assim irá garantir que será devidamente indemnizado pelos danos sofridos.
Embora o nosso país tenha feito progressos significativos na redução dos acidentes rodoviários ao longo dos anos, é crucial que este continue a priorizar a segurança rodoviária e a implementar medidas eficazes para proteger a vida e a integridade física de seus cidadãos.
Medidas de Prevenção e Segurança
Para combater esse problema e melhorar a segurança nas estradas portuguesas, diversas medidas têm sido implementadas e outras propostas:
- Consciencialização e educação rodoviária: programas educacionais e campanhas de sensibilização podem ajudar a aumentar a preocupação dos condutores, passageiros e peões sobre as melhores práticas de segurança rodoviária.
- Respeito às leis e sua fiscalização: o reforço da fiscalização e a aplicação rigorosa das leis de trânsito são fundamentais para desencorajar comportamentos de risco e garantir o cumprimento das regras.
- Melhorar as vias e infraestruturas: investir em estradas e vias mais seguras, com melhor sinalização, iluminação adequada e designs que minimizem os riscos pode contribuir para a redução de acidentes.
- Promoção do uso dos transporte públicos: promover o uso de transportes públicos e alternativas ao uso do carro particular reduzirá o trânsito nas estradas e, consequentemente, os acidentes.
- Recurso à tecnologia: o avanço das tecnologias de segurança nos veículos, como sistemas de travagem automática, alertas de colisão e controlo de velocidade, pode ajudar a prevenir acidentes.
- Aumento da partilha de viagens: incentivar a partilha de viagens e o carpooling contribui para a redução do número de veículos nas estradas, diminuindo os riscos de acidentes.
- Formação contínua para condutores: oferecer formação contínua para os condutores, atualizando-os sobre as melhores práticas de condução e segurança, pode ser uma mais-valia.
A colaboração entre entidades governamentais, órgãos de trânsito, sociedade civil e cidadãos é essencial para enfrentar este desafio complexo e tornar as estradas portuguesas ainda mais seguras no futuro.